Quem sou eu

Minha foto
Remígio-PB, Paraíba, Brazil
Mestre em Letras pela UEPB e professor de Língua Portuguesa do ensino médio em escola de tempo INTEGRAL. Meu interesse com esse espaço é poder divulgar e compartilhar com todas e todos minhas atividades escolares e questões objetivas de português para estudos voltados para concursos públicos e o ENEM.

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

SIMULADO SOBRE INTERPRETAÇÃO TEXTUAL, GÊNERO INFOGRÁFICO E FIGURAS DE LINGUAGENS PARA O 3º ANO DO ENSINO MÉDIO


Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
— “Paz no futuro e glória no passado.”
Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Pátria amada, Brasil!

Hino Nacional do Brasil.
Letra: Joaquim Osório Duque Estrada.


1. O uso da norma-padrão na letra do hino nacional do Brasil é justificado por tratar-se de um(a)

a)    reverência de um povo a seu país.
b)    gênero solene de característica protocolar.
c)    canção concebida sem interferência da oralidade.
d)    escrita de uma fase mais antiga da língua portuguesa.



“Acho que só devemos ler a espécie de livros que nos ferem e trespassam. Um livro tem que ser como um machado para quebrar o mar de gelo do bom senso e do senso comum."

(Adaptado de “Franz Kafka, carta a Oscar Pollak, 1904)

2. Assinale o comentário que melhor traduz as mensagens dos dois textos anteriores sobre a leitura.

a)    A leitura é, fundamentalmente, processo político. Aqueles que formam leitores – professores, bibliotecários – desempenham um papel político. (Marisa Lajolo)
b)  Pelo que sabemos, quando há um esforço real de igualitarização, há aumento sensível do hábito de leitura, e portanto difusão crescente das obras. (Antonio Candido)
c)  Ler é abrir janelas, construir pontes que ligam o que somos com o que tantos outros imaginaram, pensaram, escreveram; ler é fazer-nos expandidos. (Gilberto Gil)
d)  A leitura é uma forma servil de sonhar. Se tenho de sonhar, por que não sonhar os meus próprios sonhos? (Fernando Pessoa)
  
Há dois tipos de palavras: as proparoxítonas e o resto. As proparoxítonas são o ápice da cadeia alimentar do léxico. As palavras mais pernósticas são sempre proparoxítonas. Para pronunciá-las, há que ter ânimo, falar com ímpeto - e, despóticas, ainda exigem acento na sílaba   tônica! Sob qualquer ângulo, a proparoxítona tem mais crédito. É inequívoca a diferença entre o arruaceiro e o vândalo. Uma coisa é estar na   ponta      outra,   no   vértice. Ser artesão não é nada, perto de ser artífice. Legal ser eleito Papa, mas bom mesmo é ser Pontífice.

(Adaptado de Eduardo Affonso, “Há dois tipos de palavras: as proparoxítonas e o resto”. Disponível em www.facebook.com/eduardo22affonso/.)

3. Segundo o texto, as proparoxítonas são palavras que

a)    garantem sua pronúncia graças à exigência de uma sílaba tônica.
b)    conferem nobreza ao léxico da língua graças à facilidade de sua pronúncia.
c)    revelam mais prestígio em função de seu pouco uso e de sua mais apuarada pronúncia.
d)    exibem sempre sua prepotência, além de imporem a obrigatoriedade da acentuação.
  
Só há uma saída para a escola se ela quiser ser mais bem-sucedida: aceitar a mudança da língua como um fato. Isso deve significar que a escola deve aceitar qualquer forma da língua em suas atividades escritas? Não deve mais corrigir? Não! Há outra dimensão a ser considerada: de fato, no mundo real da escrita, não existe apenas um português correto, que valeria para todas as ocasiões: o estilo dos contratos não é o mesmo do dos manuais de instrução; o dos juízes do Supremo não é o mesmo do dos cordelistas; o dos editoriais dos jornais não é o mesmo do dos cadernos de cultura dos mesmos jornais. Ou do de seus colunistas.

SÍRIO POSSENTI. Gramática na cabeça. Língua Portuguesa, ano 5, n. 67, maio 2011 (adaptado).

4. Sírio Possenti defende a tese de que não existe um único “português correto”. Assim sendo, o domínio da língua portuguesa implica, entre outras coisas, saber

a)    descartar as marcas de informalidade do texto.
b)    reservar o emprego da norma padrão aos textos de circulação ampla.
c)    adequar as formas da língua a diferentes tipos de texto e contexto.
d)    desprezar as formas da língua previstas pelas gramáticas e manuais divulgados pela escola.


5. Opportunity é o nome de um veículo explorador que aterrissou em Marte com a missão de enviar informações à Terra. A charge apresenta uma crítica ao (à)

a) gasto exagerado com o envio de robôs a outros planetas.
b) exploração indiscriminada de outros planetas.
c) circulação digital excessiva de autorretratos.
d) vulgarização das descobertas espaciais.



6. Ao analisar o novo slonga 2019 da montadora Chevrolet, compreende-se que seu efeito de sentido é produzido por meio da figura de linguagem denominada de:

a)    antítese
b)    paradoxo
c)    metáfora
d)    metonímia

Leia os textos 1 e 2 para responder as questões 7 e 8:

TEXTO 1:

CASOS DE FEMINICÍDIO CRESCEM 53% EM UM ANO NA PARAÍBA, INDICA ANUÁRIO BRASILEIRO DA VIOLÊNCIA

Estudo ainda apontou que 74% das mulheres mortas na Paraíba em 2018 foram vítimas de feminicídio, pior proporção entre os estados da Paraíba.

      O número de feminicídio na Paraíba cresceu aproximadamente 53% entre 2017 e 2018, segundo dados do Anuário Brasileiro da Violência 2019, divulgados nesta terça-feira (10). Conforme dados levantados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, os casos passaram de 22 para 34 entre 2017 e 2018. Foi a quarta maior alta em relação aos estados brasileiros, atrás apenas de Sergipe (163,9%), Amapá (145,2%) e Rondônia (100%).
     Ainda em relação aos casos de violência contra a mulher presentes no Anuário, o feminicídio é a principal causa de morte das mulheres na Paraíba. O estudo aponta que 46 mulheres foram mortas em 2018 no estado, sendo que quase 74% delas foram vítimas de feminicídio, quando a motivação do crime é relacionada às questões de gênero.
     A relação dos números da Paraíba entre mulheres mortas por feminicídio no ano passado, de aproximadamente 74%, é a maior entre os estados brasileiros. Em 2017, o mesmo dado na Paraíba era de aproximadamente 42%.
     Os casos de estupro também caíram no período, passando de 329 para 239 casos de estupros com mulheres vítimas no ano de 2018. Outro dado que praticamente não variou foi o de agressões decorrentes de violência doméstica. Foram 2.014 casos registrados em 2017 e 2.002 casos em 2018.

(https://g1.globo.com/pb/paraiba)


Texto 2:
(Fonte: Ministério dos Direitos Humanos em 2018)

7. Ao analisar o texto 1 e texto 2, é possível compreender que:

a)    O texto 1 apresenta os dados de modo mais geral, ou seja, em nível nacional.
b)    As fontes que realizaram as pesquisas apresentadas nos dois textos são em nível nacional, porém o texto 1 focou os dados da Paraíba.
c)    O texto 2 contradiz o texto 1, já que segundo o texto 1 o feminicídio aumentou em 53% e o texto 2 diz que foi 80%.
d)       Devido à variedade de cores, figuras e ícones o texto 2 confunde o leitor, já que suas variadas formas de linguagem não permitem uma leitura linear.   

8. Quanto ao gênero, pode-se afirmar corretamente que os textos 1 e 2 são, respectivamente:

a)    Reportagem e gráfico
b)    Notícia e infográfico
c)    Documentário e infográfico
d)    Artigo de opinião e cartaz

No fragmento:

“Esses brasileiros se sentirão como a geração de 1968, que ainda cultiva as lembranças das heroicas passeatas contra a ditadura, como os manifestantes de 1984, que se emocionam com as imagens dos comícios das Diretas-já, e como os caras-pintadas de 1992, que decretaram o fim de um governo corrupto”.

9. As três ocorrências do termo “como” marcam a presença do recurso de linguagem

a) ironia.
b) metonímia.
c) metáfora.
d) comparação.

PSICOLOGIA DE UM VENCIDO

Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância…
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme – este operário das ruínas –
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!

(AUGUSTO DOS ANJOS)

10. A poesia de Augusto dos Anjos revela aspectos de uma literatura de transição designada como pré-modernista. Com relação à poética e  à abordagem temática presentes no soneto, identificam-se  marcas dessa literatura de  transição,  como

a)   a forma do  soneto,  os  versos  metrificados, a  presença de  rimas, o vocabulário requintado, que antecipam conceitos estéticos no Modernismo.
b)   a seleção lexical emprestada do cientificismo, como se  lê em  “carbono e amoníaco”, “epigênesis da infância”, “frialdade inorgânica”.
c)  a manutenção de elementos  formais vinculados à  estética do  tradicional, dimensionada pela inovação  na expressividade poética e o desconcerto existencial.
d)  o  empenho do eu lírico pelo resgate da poesia simbolista, manifesta em  metáforas como “Monstro de  escuridão e rutilância” e “Influência má  dos  signos do zodíaco”.


GABARITO OFICIAL

1. B
2. C
3. C
4. C
5. C
6. A
7. B
8. B
9. D
10. C