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Remígio-PB, Paraíba, Brazil
Mestre em Letras pela UEPB e professor de Língua Portuguesa do ensino médio em escola de tempo INTEGRAL. Meu interesse com esse espaço é poder divulgar e compartilhar com todas e todos minhas atividades escolares e questões objetivas de português para estudos voltados para concursos públicos e o ENEM.

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

ATIVIDADE SOBRE A REPRESENTAÇÃO DA MULHER NOS POEMAS DO ROMANTISMO BRASILEIRO E NAS MÚSICAS DE HOJE EM DIA



Leia os poemas do Romantismo, ouça as músicas e examine as letras para verificar a maneira como a MULHER é retratada nos poemas do período romântico brasileiro e como ELA é abordada hoje em dias em músicas que fazem sucesso no contexto midiático: 


Texto 1:              

                         SEUS OLHOS   
                  
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
De vivo luzir,
Estrelas incertas, que as águas dormentes
Do mar vão ferir;

Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
Têm meiga expressão,
Mais doce que a brisa, — mais doce que o nauta
De noite cantando, — mais doce que a flauta
Quebrando a solidão,

Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
De vivo luzir,
São meigos infantes, gentis, engraçados
Brincando a sorrir.

São meigos infantes, brincando, saltando
Em jogo infantil,
Inquietos, travessos; — causando tormento,
Com beijos nos pagam a dor de um momento,
Com modo gentil.

Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
Assim é que são;
Às vezes luzindo, serenos, tranquilos,
Às vezes vulcão!

Às vezes, oh! sim, derramam tão fraco,
Tão frouxo brilhar,
Que a mim me parece que o ar lhes falece,
E os olhos tão meigos, que o pranto umedece
Me fazem chorar.

Assim lindo infante, que dorme tranquilo,
Desperta a chorar;
E mudo e sisudo, cismando mil coisas,
Não pensa — a pensar.

Nas almas tão puras da virgem, do infante,
Às vezes do céu
Cai doce harmonia duma Harpa celeste,
Um vago desejo; e a mente se veste
De pranto co'um véu.

Quer sejam saudades, quer sejam desejos
Da pátria melhor;
Eu amo seus olhos que choram em causa
Um pranto sem dor.

Eu amo seus olhos tão negros, tão puros,
De vivo fulgor;
Seus olhos que exprimem tão doce harmonia,
Que falam de amores com tanta poesia,
Com tanto pudor.

Seus olhos tão negros, tão belos, tão Seus olhos.

                                                                         (Gonçalves Dias)

Texto 2:               

            SEMPRE ELA
                          
Eu amo a doce virgem pensativa,
Em cujo rosto a palidez se pinta,
Como nos céus a matutina estrela!
A dor lhe há desbotado a cor das faces,
E o sorriso que lhe roça os lábios
Murcha ledo sorrir nos lábios doutrem.

Tem um timbre de voz que n'alma ecoa,
Tem expressões d'angélica doçura,
E a mente do que as ouve, se perfuma
De amor profundo e de piedade santa,
E exala eflúvios dum odor suave
De mirra ou de mais grato incenso.

E nessas horas, quando a mente aflita,
De dor oculta remordida, anseia
Desabrochar-se em confidência amiga,
"Neste mundo o que sou? — triste clamava;
"Pérsica envolta em pó, entre ruínas,
"Erma e sozinha a resolver-me em pranto!

"Flor desbotada em hástia já roída,
"De cujo tronco as outras amarelas
"Já rojam sobre o pó, já murchas pendem!
"É sentir e sofrer a minha vida!"
Misericórdia dizia, erguendo os olhos
Aos céus dum claro azul, que lhes sorriam.

Nada o mudo assim por sobre os mares,
E próximo a seu fim desata o canto;
A rosa do Sarão lá se despenha
Nas águas do Jordão: e como a rosa,
Como o cisne, do mar entre os perfumes,
Aos sons duma Harpa interna ela morria!

E como o pastor que avista a linda rosa
Nas águas da corrente, e como o nauta
Que vê, que escuta o cisne ir-se embalado
Sobre as águas do mar, cantando a morte;
Eu também a segui — a rosa, o cisne,
Que lá se foi sumir por clima estranho.

E depois que os meus olhos a perderam,
Como se perde a estrela em céus infindos,
Errei por sobre as ondas do oceano,
Sentei-me à sombra das florestas virgens,
Procurando apagar a imagem dela,
Que tão inteira me ficara n'alma!

Embalde aos céus erguendo os olhos turvos
Meu astro procurei entre os mais astros,
Qu'outrora amiga sina me fadara!
Com brilho embaciado e lua incerta
Nos ares se perdeu antes do ocaso,
Deixando-me sem norte em mar d'angústias.

                                                            (Gonçalves Dias)

 Texto 3:

                           FOLGADO

Não venha, não
Eu vivo do jeito que eu quero, não pedi opinião
Você chegou agora e tá querendo mandar em mim
Da minha vida cuido eu
Deitou na minha cama e quer dormir com o travesseiro
Folgado

Não venha, não
Tá querendo pegar no pé, você nunca me deu a mão
Eu não sou obrigada a viver dando satisfação
Da minha vida cuido eu
To vendo se continuar assim, cê vai morrer solteiro

Eu nunca tive lei
E nem horário pra sair nem pra voltar
Se lembra que eu mandei você acostumar?
Tô te mandando embora, melhor sair agora
Não vem me controlar

Folgado
Maldita hora que eu chamei você de namorado
Imagina se a gente tivesse casado
Deus me livre da latada que eu ia entrar
Me dá um arrepio

Folgado
Maldita hora que eu chamei você de namorado
Imagina se a gente tivesse casado
Deus me livre da latada que eu iria entrar
Dá um arrepio só de imaginar

Eu nunca tive lei
E nem horário pra sair nem pra voltar
Se lembra que eu mandei você acostumar?
To te mandando embora, melhor sair agora
Não vem me controlar

Folgado
Maldita hora que eu chamei você de namorado
Imagina se a gente tivesse casado
Deus me livre da latada que eu ia entrar
Me dá um arrepio

Folgado
Maldita hora que eu chamei você de namorado
Imagina se a gente tivesse casado
Deus me livre da latada que eu iria entrar
Dá um arrepio só de imaginar

(Composição: Juliano Tchula / Marília Mendonça / Vinicius Poeta)


Texto 4:

AGORA VAI SENTAR

Você vai sentar por cima
E o DJ vai te pegar
Tu pediu, agora toma
Não adianta tu voltar, menina
Agora você vai sentar

Dou tapinha na potranca
Com o bumbum ela balança
Yuri, chama de malandra
Ela vai se apaixonar

Dou tapinha na potranca
Com o bumbum ela balança
Yuri, chama de malandra
Ela vai se apaixonar

Ah, ah, aah

Agora vai sentar
Vai sentar, vai sentar
Vai sentar, vai sentar
Vai sentar

(Composição: MC Jhowzinho / MC Kadinho)


ATIVIDADE

1-   A que época e escola literária pertence os dois poemas de Gonçalves Dias?

2- Quais características do Romantismo Brasileiro você percebeu nestes dois poemas?

3-   Como o sujeito eu-lírico se refere a sua amada nos dois poemas?

4- Qual parte do corpo feminino mais chama atenção do sujeito do primeiro poema?

5-   Como ele se refere a essa parte do corpo da mulher?

6-   Que interpretação você pode fazer da estrofe: 

“Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
Assim é que são;
Às vezes luzindo, serenos, tranquilos,
Às vezes vulcão!”
        
7- Como o eu-lírico se refere a amada logo na primeira estrofe do segundo poema?

8-   O que acontece com a amada do eu-lírico no segundo poema?

9-   Como o sujeito do poema se sente ao perder sua amada?

10- Na música “FOLGADO” como a figura da mulher é representada nesta letra?

11-  Ainda nessa letra, como a mulher trata o homem?

12- Segundo a música, qualidades modernas essa mulher da música “FOLGADO” apresenta?

13-  O que você acha sobre essa maneira que a música propõe para a mulher deixar aquela posição de ser “oprimido”, inferior ao homem?

14-  Na segunda música de funk “AGORA VAI SENTAR”, como a figura feminina é retratada?

15- De acordo com a letra, qual o papel social do homem em relação à mulher?

16-  Analise esses dois trechos:

Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
Têm meiga expressão,
Mais doce que a brisa

Dou tapinha na potranca
Com o bumbum ela balança
Yuri, chama de malandra
Ela vai se apaixonar

Que diferença ou quais diferenças você pode perceber no modo como os poemas do Romantismo e as músicas da atualidade abordam a mulher?







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